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Gol de mão?
A Copa do Mundo FIFA 2022 começou com uma estreia um tanto quanto instável, rendendo comparações com o infame Fyre Festival. A Copa do Mundo é assistida por mais de 5 bilhões de pessoas e deveria ser o sonho de qualquer patrocinador, mas este ano as coisas estão um pouco diferentes.
Alguns patrocinadores sofreram mais do que os outros com essa estreia. A reviravolta de última hora do Catar sobre a proibição da venda de álcool nos estádios não era exatamente o que a Budweiser ($BUD) esperava de um contrato de patrocínio de US$ 75 milhões. Curiosamente, essa restrição não se aplica aos hotéis de luxo durante os jogos e a Budweiser insinuou que o país vencedor poderia aproveitar as sobras do estoque.
Em 2010, a decisão de conceder a Copa do Mundo a um país de 2,9 milhões de habitantes com um clima extremamente quente e pouca história no futebol rapidamente levantou questionamentos. Desde então, as investigações revelaram corrupção na organização da FIFA, explorada com mais detalhes no documentário recente FIFA Uncovered, da Netflix ($NFLX).
O evento no Catar também atraiu críticas de muitos grupos de direitos humanos após relatos de que mais de 6.500 trabalhadores migrantes do Sudeste Asiático morreram durante a construção de infraestrutura de US$ 229 bilhões. Além disso, abusos de direitos humanos relacionados a indivíduos LGBTQIA+ e leis com restrições para mulheres e liberdade de imprensa colidem com a ideia de que o futebol une as pessoas.
A GlobalData estima que os patrocínios podem gerar US$ 1,1 bilhão em receita para a FIFA em 2022, uma queda de 16% em relação a 2014. Isso se deve em parte a várias marcas que desistiram de patrocinar o evento devido à polêmica eleição do Catar como sede. A Sony retirou-se totalmente, enquanto a fabricante de vestuário esportivo Hummel produziu um kit monocromático para demonstrar sua falta de apoio ao Catar.
Mas muitas das marcas mais conhecidas do mundo, como a Coca-Cola ($KO) e o McDonald's ($MCD), continuaram patrocinando o evento, embora apoiando investigações sobre corrupção. Eles argumentam que estão fazendo isso para impulsionar mudanças no país, mas essa é uma linha tênue, principalmente porque os investidores mais jovens desejam investir de forma consciente e estão dispostos a viver aquilo que pregam.
Será que a Copa do Mundo do Catar vai conseguir unir seus torcedores ou a controvérsia sobre o evento será tão grande ao ponto de dar prejuízo para os patrocinadores - e potencialmente afetando negativamente o preço de suas ações?